sábado, 29 de novembro de 2008

Venezuela reitera necessidade de corte na produção de petróleo

Cairo, 29 nov (EFE).- O ministro do Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, destacou hoje que o mercado precisa de estabilidade e insistiu na importância de uma nova redução de um milhão de barris de petróleo antes do final do ano.

Ramírez se pronunciou dessa forma após participar da reunião que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) mantiveram na capital egípcia, um encontro meramente consultivo em que não foram adotadas decisões.

O ministro afirmou que US$ 75 por barril é um bom preço, uma opinião que foi compartilhada com outros participantes, embora tenha reiterado que o mais importante agora é a estabilidade.

Fora isso, o ministro, como manifestou no mês passado, considerou ser necessário cortar a produção em um milhão de barris ainda antes do final do ano.

A proposta poderá ser debatida no próximo dia 17 de dezembro em Oran, na Argélia, onde se reunirão novamente os membros da Opep para, segundo Ramírez, "voltar a estudar a situação e, talvez, tomar uma decisão".

Sobre o encontro de hoje no Cairo, o ministro venezuelano destacou, em declarações à imprensa, que foi uma reunião positiva, embora tenha dito que só teve caráter consultivo.

"Vamos ver o que acontece na Argélia com a situação do mercado", afirmou Ramírez

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Rússia e Venezuela assinam acordo de cooperação nuclear

Rússia e Venezuela assinaram nesta quarta-feira um tratado bilateral para promover o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos.

O acordo faz parte de um conjunto de tratados bilaterais assinados pelos dois países como parte da agenda da visita do presidente russo, Dmitri Medvedev, à Venezuela.

Medvedev esteve no Peru e no Brasil e deve ir à Cuba na sexta-feira, como parte de uma série de visitas oficiais à América Latina.

Pelo tratado assinado nesta quarta-feira, a Rússia vai auxiliar a Venezuela na construção de uma usina nuclear.

A cooperação militar entre os dois países também está na agenda da visita oficial de Medevedev.

Navios da Rússia e da Venezuela devem fazer exercícios militares no Caribe ainda esta semana.

Exercícios militares Uma frota de navios russos chegou à Venezuela na última terça-feira para realizar exercícios militares conjuntos com a marinha venezuelana. É a primeira vez, desde o final da Guerra Fria, que a Rússia realiza operações deste tipo na região, considerada uma a área de influência dos Estados Unidos. A frota é composta pelo cruzeiro de batalha nuclear "Pedro, o Grande", considerado um dos maiores navios de combate do mundo, o navio 'Almirante Chebanenko', entre outros navios de escolta. A Rússia já o maior fornecedor de armamentos para a Venezuela.

Desde 2004, a Venezuela tem investido US$ 4 bilhões na compra de armamentos russos. A aliança, considerada estratégica pelo governo de Caracas, permitiu a compra de 24 aviões de combate Sukhoi-30, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis de assalto 7,62 AK 103. A visita de Medvedev ao continente faz parte da estratégia russa de estreitar laços diplomáticos e comerciais com os países latino-americanos.

Segundo o correspondente diplomático da BBC, Jonathan Marcus, Medvedev quer mostrar ao presidente eleito dos EUA, Barack Obama, que se os EUA podem fazer negócios e atuarem militarmente e diplomaticamente em países vizinhos da Rússia, então seu país também pode atuar na tradicional área de influência americana.

Brasil Ainda nesta quarta-feira, durante o último dia da visita de Medvedev ao Brasil, o governo brasileiro confirmou a compra de 12 helicópteros de combate russos para Força Aérea Brasileira e afirmou querer aprofundar a colaboração tecnológica entre os dois países.

Além do contrato para compra dos helicópteros, os dois países também assinaram outros quatro atos. Um deles amplia o acordo de cooperação na área espacial, assinado por Brasil e Rússia em 2006

domingo, 23 de novembro de 2008

Governabilidade está garantida sejam quais forem os resultados, diz Chávez

com France Presse e Efe

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste domingo que a "governabilidade" do país está assegurada, quaisquer que sejam os resultados das eleições regionais realizadas hoje. O líder venezuelano afirmou que, quem não reconhecer os resultados, vai ter uma "morte política".

"Independentemente dos resultados desta jornada, a Venezuela seguirá sendo um país com altos graus de governabilidade", afirmou o mandatário, após votar em sua seção eleitoral, a oeste de Caracas. "[Temos que reconhecer] a voz da nação. Temos que reconhecer o árbitro que demonstrou mais uma vez sua imparcialidade", acrescentou.

Cerca de 17 milhões de venezuelanos estão habilitados hoje para escolher 22 dos 23 governadores do país, mais de 300 prefeitos e mais de 200 legisladores locais, em eleições regionais que tanto o governo de Hugo Chávez quanto a oposição consideram "chave" para o rumo do jogo político no país. Os primeiros resultados devem ser divulgados a partir das 18h30 (hora de Brasília).

"Honra para o vencido, glória para o vencedor e amanhã a Venezuela segue sua marcha", disse ainda Chávez.

O presidente também insistiu na transparência do processo eleitoral venezuelano. "Na Venezuela, é impossível haver fraudes eleitorais", afirmou. Ele disse que somente espera a "morte política" de setores minoritários da oposição que rejeitem os resultados e acrescentou que "o Estado está preparado para fazer cumprir a vontade popular".

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Chávez culpa EUA por crise global e pede mudanças a Obama

da Efe, em Caracas

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de serem "o grande culpado" pela crise financeira internacional e considerou que "o capitalismo está em fase terminal".

"O grande culpado da crise é o governo de Washington e agora ele convoca uma reunião, que não entendo muito bem, e os países maiores do mundo vão. Espero que digam quem é o culpado", afirmou o líder venezuelano em Caracas.

Segundo Chávez, "o capitalismo está em fase terminal". O mandatário lembrou sua visita à bolsa nova-iorquina de Wall Street anos atrás. "O centro de operações financeiras do mundo está em Wall Street, e eu estive uma vez no ventre do diabo", disse.

As declarações foram feitas durante um ato de governo em Caracas, que foi retransmitido em rede obrigatória de rádio e televisão. Chávez se referiu às quebras de alguns dos bancos de investimento americanos, como Morgan Stanley e Goldman Sachs para criticar o gerenciamento do sistema financeiro dos EUA.

"Os grandes bancos de investimento há anos diziam que se a 'Venezuela se afunda, Chávez se afunda, a Venezuela desaba' e, de repente, desabaram eles", afirmou.

O líder venezuelano reiterou suas saudações a Barack Obama como novo presidente dos EUA e expressou sua "esperança de que se ponha à altura da história, pelo bem do mundo e o de seu próprio povo, e que não venha a dar continuidade à loucura imperial de Bush".

domingo, 9 de novembro de 2008

Hugo Chávez comemora futura cooperação nuclear entre Venezuela e Rússia

UOL

CARACAS, 9 Nov 2008 (AFP) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, comemorou na noite de sábado os acordos assinados com a Rússia esta semana e mencionou um futuro convênio de cooperação bilateral para desenvolver energia nuclear com fins pacíficos em seu país.

"Energia atômica. Tecnologia russa para Venezuela. Vamos ter reatores atômicos. E vão nos acusar de que estamos fazendo cem bombas atômicas", declarou, ironizando, o chefe de Estado venezuelano, complementando que "a bomba atômica gigantesca e infinita que a Venezuela tem atualmente se chama consciência e moral do povo bolivariano".

"Essa é nossa bomba atômica. Vocês são nossa bomba atômica", declarou Chávez em um ato público ante dezenas de militantes de seu partido.

O acordo de cooperação deverá ser concretizado por ocasião da visita do presidente russo Dimitri Medvedev a Caracas, prevista para o final de novembro.

Em setembro passado, durante uma visita a Moscou, Chávez recebeu uma oferta do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, de considerar a possibilidade de uma cooperação na área da energia nuclear, uma proposta que interessou imediatamente ao presidente venezuelano.

Na sexta-feira passada, Rússia e Venezuela assinaram 15 acordos de cooperação, entre os quais se destacam os destinados a impulsionar a indústria naval e automobilística, além da criação de um fundo binacional de 4 bilhões de dólares "para tornar a Venezuela e a Rússia independentes da tirania do dólar", segundo Chávez.

O vice-primeiro-ministro russo, Igor Sechin, chegou no sábado acompanhado de uma numerosa delegação de funcionários e empresários como encerramento de uma viagem comercial e de cooperação.

"A visita tem como propósito continuar impulsionando o comércio, os investimentos e as pesquisas conjutas", segundo um comunicado oficial publicado no jornal oficial cubano Granma.

Além disso, cinco empresas russas criaram um consórcio para desenvolver atividades petroleiras na Venezuela, conforme anunciou neste domingo Serguei Bogdanichov, presidente do número um petroleiro russo, o grupo público Rosneft.

Este último junto com os grupos petroleiros Lukoil, TNK-BP, Surguneftgaz e o grupo de gás Gazprom têm uma participação de 20% num consórcio que foi registrado em 8 de outubro passado na Venezuela, declarou Bogdanichov à imprensa durante sua visita a Havana.

Rússia e Venezuela examinam uma série de projetos para a exploração de jazidas petroleiras na região venezuelana do Orinoco, segundo a agência Itar-Tass.

sábado, 20 de setembro de 2008

Chávez: Venezuela "está preparada para resistir ao desastre do capitalismo"

Caracas, 20 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que a Venezuela "está preparada para resistir aos abalos do desastre do capitalismo internacional", como se referiu à crise financeira surgida nos Estados Unidos.

"Estamos em condições" de enfrentar a crise financeira, acrescentou Chávez em rede nacional de rádio e televisão.

O chefe de Estado afirmou que "há vários anos" seu Governo tomou "medidas" econômicas que hoje permitem ao país "suportar o terremoto financeiro" e seguir "seu caminho com tranqüilidade".

"Felizmente, uma revolução começou aqui há vários anos. Desde então, começamos a nos desenganchar desse sistema internacional perverso (...). As reservas (monetárias) da Venezuela são seguras", acrescentou Chávez.

O presidente venezuelano disse ainda que se viu obrigado a tratar do tema em cadeia nacional porque a "imprensa local não dá importância" à crise, "que é muito mais grave que a de 1929", em referência à quebra da bolsa de Nova York ocorrida nesse ano.

"Porque agora, além de financeira, a crise é energética, alimentícia, ambiental (...), produto do mesmo sistema neoliberal", declarou Chávez, promotor do chamado "socialismo do século XXI" e ferrenho detrator do que chama de "maldito capitalismo gerador de miséria e desigualdade".

Durante sua mensagem, o chefe de Estado voltou a ler notícias sobre a ajuda financeira do Governo americano às entidades em crise, que pode chegar a US$ 700 bilhões.

Chévez destacou que essas medidas vão contra a máxima capitalista de que o Estado não deve regular nem intervir na economia.

O presidente venezuelano voltou a defender o sistema socialista que promove e ressaltou que este garante o crescimento econômico por meio de uma "produção" racional de bens e serviços.

domingo, 24 de agosto de 2008

Para Chávez, Olimpíadas chinesas foram “perfeitas"

Caracas (Venezuela) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não se conteve neste domingo e afogou as edições chinesas das Olimpíadas com elogios. Segundo o governante, os Jogos foram nada mais que “perfeitos”. Frutos, é claro, dos avanços "milagrosos" que a China alcançou sob a condução de um "governo comunista".

Em seu programa de rádio e TV Alô Presidente, Chávez afirmou que os Jogos de Pequim "foram perfeitos, entre os melhores da história".

No mesmo dia em que a Anistia Internacional, organização não-governamental para a proteção dos direitos humanos, expediu um comunicado de repúdio às autoridades chinesas e ao Comitê Olímpico Internacional, que teria feito vista grossa para os problemas do país, Chávez afirmou que não houve um protesto sequer durante os Jogos.

"Um povo feliz, milhões de chineses tomando as ruas e as avenidas. Não houve nem um protesto, nem repressão nem nada", disse o líder venezuelano.

Chávez rejeitou as acusações dos Estados Unidos de que na China se "violam os direitos humanos" e que é um país marcado pelo "atraso" político, social e econômico. Para Chávez, apesar de a China ter adotado há tempos a economia de mercada, ela ainda é "um país socialista, com um governo comunista, um país que realizou milagres".

O presidente da Venezuela anunciou uma visita oficial à China em setembro, em data ainda não determinada.

Gazeta Esportiva

sábado, 16 de agosto de 2008

Chávez promete ao Paraguai todo petróleo que precisar

San Pedro de Ycuamandiyú (Paraguai), 16 ago (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu hoje abastecer o Paraguai com todo o petróleo que precisar para que o país possa enfrentar os problemas de provisão dessa commodity.

Chávez fez esse anúncio durante um ato popular realizado na cidade de San Pedro de Ycuamandiyú, 318 quilômetros ao norte de Assunção, em que ratificou com o novo presidente do Paraguai, o ex-bispo Fernando Lugo, vários compromissos de cooperação.

"Assinamos o primeiro compromisso para fornecer ao Paraguai todo o petróleo necessário, até a última gota", afirmou o chefe de Estado da Vezenuela, país que fornece regularmente 70 mil metros cúbicos de gasóleo ao mercado paraguaio.

A demanda do mercado paraguaio é de 90 mil metros cúbicos, por essa razão o resto desse combustível provém da Argentina e do Brasil.

As cartas de compromisso referendadas por ambos governantes incluem, além disso, a ajuda venezuelana nas áreas de alimentação e comércio, além de cooperação em educação.

"Assinamos uma série de convênios e nós queremos cumpri-los a partir de hoje mesmo ao pé da letra, e que seja o primeiro apartamento de um edifício de uma relação bilateral mais estreita e produtiva", acrescentou Chávez.

Lugo também se mostrou motivado com o projeto de cooperação e disse esperar que a parceria com o povo da Venezuela "não fique só na intenção".

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Governo da Venezuela e Santander confirmam negociações para reestatização de banco

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo da Venezuela confirmou hoje (1º) que está negociando com o Grupo Santander a compra do Banco da Venezuela. A informação é da Agência Bolivariana de Notícias, veículo oficial do governo venezuelano. De acordo com nota à imprensa da Vice-Presidência, ontem (31) à noite, o vice-presidente, Ramón Carrizalez Rengifo, e o presidente do banco, Michel Goguikian, reuniram-se para tratar do assunto.

Também o presidente Hugo Chávez havia anunciado ontem que o governo vai comprar o banco. Chávez disse que o Grupo Santander estava interessado em vender a instituição a um grupo venezuelano privado, transação que não teria sido autorizada pelo governo.

Em nota, o Santander confirmou que estava negociando com investidores privados, mas que a operação não se concretizou. “O Banco Santander teve conhecimento depois do interesse do governo venezuelano no Banco da Venezuela, estando neste momento em negociações”, diz a nota..

Segundo o presidente Hugo Chávez, há meses, o governo discute o assunto. “O vice-presidente da República e o ministro de Economia e Finanças [Alí Rodríguez] têm feito contatos com a presidência do Banco da Venezuela e os donos do Grupo Santander para iniciar um processo que, estou certo, não vai ser conflituoso, nem gerará nenhum problema”, afirmou.

A compra do Banco da Venezuela dá continuidade ao processo de reestatização de empresas pelo governo de Hugo Chávez. A última empresa reestatizada foi a Siderúrgica do Orinoco, a maior produtora de aço da Comunidade Andina de Nações e do Caribe e a quarta da América Latina, segundo o Instituto Latino-americano de Ferro e Aço.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Venezuela: Chávez assina decreto e nacionaliza companhia siderúrgica

13/05/2008 - 03h00

O presidente da Venezuela Hugo Chávez assinou um decreto para nacionalizar a siderúrgica Ternium-Sidor, a maior indústria do ramo na região andina.

No mês passado o governo venezuelano tinha anunciado que assumiria o controle da siderúrgica.

Segundo o governo, a decisão pela nacionalização da Ternium-Sidor foi tomada por causa do impasse nas negociações entre a empresa e seus trabalhadores em torno de um novo contrato coletivo de trabalho.

A siderúrgica, privatizada em 1997 - dois anos antes da chegada de Chávez à presidência - é parte do consórcio argentino Techint que possui 60% das ações da empresa. O Estado possui 20% das ações e os outros 20% são controlados por trabalhadores e ex-trabalhadores da indústria.

UOL

terça-feira, 1 de abril de 2008

Venezuela e a organização policial sistêmica: Criação do Sistema Nacional de Polícia

01/04/2008 - 07h25

Chávez unifica polícias para enfrentar criminalidade

CLAUDIA JARDIM
da BBC, em Caracas

Pressionado pelos altos índices de criminalidade, o governo da Venezuela vai promulgar nesta terça-feira o Sistema Nacional de Polícia, resultado de um processo de reforma policial realizado no ano passado que pretende atenuar o principal motivo de preocupação dos venezuelanos: a violência.

O novo sistema prevê a constituição de uma Polícia Nacional "preventiva e humanista", de acordo com o governo, que deverá substituir os corpos de segurança estatais, municipais, federais e de inteligência existentes atualmente.

"É necessário acabar com esse desmembramento da polícia em distintos corpos, uniformes, salários, armas de guerra e procedimentos, como se fôssemos 20 países dentro de um só", disse o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que após perder o referendo de dezembro passado prometeu realizar uma gestão mais eficiente, tendo a segurança como uma de suas prioridades.

De acordo com a nova lei, a Polícia Nacional também deverá assumir características de polícia comunitária e promover a participação dos cidadãos em uma tentativa de reduzir o número de delitos e homicídios.

Insegurança

A demanda não é pouca. De acordo com o instituto de pesquisas Hinterlaces, 79% dos venezuelanos consideram a insegurança o principal problema do país.

Para a oposição, o governo tem sido negligente no combate à criminalidade.

De acordo com um levantamento do Centro para a Paz e Direitos Humanos da Universidade Central da Venezuela, publicado no relatório 2007 do Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), quando Hugo Chávez venceu as eleições presidenciais, em 1998, o índice de homicídios era de 25 assassinatos por 100 mil habitantes.

Após nove anos de governo, o número subiu para uma média de 45 mortos por 100 mil pessoas em 2007, com cerca de 13 mil assassinatos no mesmo período. No Brasil o índice é de 23 mortos por 100 mil habitantes.

O relatório do Provea gerou controvérsias. O ex-vice-presidente José Vicente Rangel admitiu que a insegurança é um dos problemas enfrentados pelo governo, mas disse não acreditar nos números do Provea.

"Estes números estão superestimados e contam com uma manipulação política. As cifras reais são inferiores", afirmou Rangel à BBC, sem apresentar outros indicadores.

O Ministério de Interior e Justiça anunciou que o número de homicídios foi reduzido em 60% nos últimos meses, a partir da implementação do Plano de Segurança lançado em janeiro, orientado basicamente para a proteção civil.

Pobreza

Para o presidente venezuelano, a violência é conseqüência direta da exclusão social. Mas enquanto o governo anunciava a redução dos índices de pobreza, paralelamente crescia o número de delitos.

A pesquisadora Josbelk González, do Centro para a Paz, afirma que é um erro relacionar o grau de pobreza aos números de criminalidade. "O social é muito importante, mas não podemos esperar que uma intervenção de sucesso no social automaticamente dê como resultado uma diminuição nos índices de criminalidade e homicídios", diz González.

Para a pesquisadora, o aumento dos índices de violência está relacionado com a impunidade e a ausência do Estado como juiz na solução de conflitos.

"A falta do Estado como árbitro nas relações sociais, o acesso precário à Justiça e a impunidade são algumas das causas do crescimento da violência", afirma.

Ausência

Assim como ocorre em favelas do Rio de Janeiro, na periferia de Caracas é comum que após um enfrentamento entre grupos, geralmente ligados à venda de drogas, se estabeleça um toque de recolher.

A polícia na periferia também é malvista, geralmente associada à repressão, e muitas vezes tão temida como a recente presença de grupos de paramilitares, cada vez mais freqüentes nos barrios (favelas), de acordo com o Provea.

"Nossa proteção somos nós mesmos que fazemos, ninguém aqui acredita na Justiça", diz o motoqueiro Anibal Gil, 38, morador do bairro de La Vega, no oeste da capital.

Gil afirma que há anos se transformou no "policial" de sua família. Ele conta que há sete anos um de seus três irmãos foi morto. "Tenho uma arma, não desfilo com ela, mas é preciso ter. No caso de uma emergência temos que sobreviver", diz.

Armas

Atualmente, cerca de 5 milhões de armas de fogo estão distribuídas entre a população venezuelana, das quais apenas 1,5 milhão estão legalizadas.

Josbelk González, do Centro para a Paz, prefere esperar os resultados do novo Sistema Nacional de Polícia para fazer uma avaliação, mas afirma que "a iniciativa não é a solução para o problema, e sim um primeiro passo".

O morador de La Vega vê com cautela a reforma policial. A seu ver, o programa só será eficiente se "cortar o mal pela raiz".

"O governo tem que pagar bem o policial para eliminar a corrupção e treiná-lo psicologicamente para entender que se está lidando com gente", diz Gil.

A outra saída, para Gil, está no social. "É preciso dar educação associada a uma oportunidade digna de trabalho e lazer. Se não, a meninada vai escolher o caminho mais curto para sobreviver."

segunda-feira, 3 de março de 2008

Chávez envia tropas à fronteira com a Colômbia


Chávez qualificou a Colômbia como "um Estado
terrorista, que invadiu o Equador, violando de forma
flagrante a soberania desse país"



Chávez desloca tropas para a fronteira com a Colômbia

QUITO e CARACAS - Os governos da Venezuela e do Equador reagiram duramente à operação militar colombiana que resultou na morte do porta-voz e número 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, além de outros 15 guerrilheiros. A operação no sábado foi do lado equatoriano da fronteira.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou o envio de tropas e dez batalhões de tanques para a fronteira com a Colômbia e o fechamento da embaixada venezuelana em Bogotá. Chávez também disse ter conversado com o presidente do Equador, Rafael Correa, que retirou da Colômbia seu embaixador, Francisco Suescum, e acusou o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe de violação de soberania.

Hugo Chávez avisou a Uribe que uma guerra poderá irromper entre os vizinhos da América do Sul se forças militares da Colômbia cruzarem território venezuelano. O venezuelano criticou as forças colombianas por terem entrado em território equatoriano para atacar as Farc e advertiu Uribe contra ações similares na fronteira com a Venezuela.

"Não pense em fazer isso aqui, porque seria muito grave, seria motivo de guerra", advertiu. "Nós não queremos guerra, mas não vamos permitir que o império norte-americano, que o patrão da Colômbia, venha nos dividir", acrescentou.

Chávez qualificou a Colômbia como "um Estado terrorista, que invadiu o Equador, violando de forma flagrante a soberania desse país". Dirigindo-se a Uribe, a quem qualificou como "um criminoso" e "um títere de Washington", Chávez disse: "Se lhe ocorrer fazer o mesmo na Venezuela, presidente Uribe, eu vou mandar alguns Sukhois" (referência aos caças de combate de fabricação russa que a Venezuela adquiriu recentemente).

O presidente venezuelano também disse que "o governo colombiano se tornou a Israel da América Latina. Não vamos permitir que a Colômbia se torne a Israel de nossas terras. Algum dia, a Colômbia será libertada das mãos do império norte-americano. Nós temos que libertar a Colômbia".

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Gordon Johndroe, disse que Washington está monitorando a situação e comentou que "esta é uma reação estranha da Venezuela aos esforços da Colômbia contra as Farc, uma organização terrorista que continua a manter colombianos, norte-americanos e outros reféns".

Correa só soube da operação depois

Segundo o presidente Rafael Correa, os militares colombianos adentraram por dois quilômetros no território equatoriano e "massacraram" guerrilheiros enquanto dormiam. O chefe de Estado equatoriano enviou nota de protesto às autoridades da Colômbia, cujo teor, entre outros termos advertia a Uribe que "acabaram os abusos e ultrajes do governo colombiano".

No sábado pela manhã, Uribe telefonou para Correa a fim de comunicá-lo sobre a operação, que já havia ocorrido. Correa mandou suas tropas ao local e teve a comprovação de que as mortes ocorreram em território equatoriano (na província Sucumbíos).

Correa sustenta que a Colômbia "claramente invadiu o espaço aéreo equatoriano" (teria havido um bombardeio aéreo) e "certamente" os guerrilheiros "foram localizados com ajuda de tecnologia de ponta de potências estrangeiras e extrarregionais".

O presidente disse também que os militares colombianos entraram no Equador para levar o cadáver de Raúl Reyes e deixaram outros 15 corpos no local, "que nossas Forças Armadas encontraram, assim como duas guerrilheiras feridas".

Rafael Correa, disse ainda que vai enviar uma nota diplomática de protesto contra a incursão militar. "Iremos às últimas conseqüências para obter um esclarecimento desta escandalosa agressão ao nosso território", disse. O ministro da Defesa equatoriano, Wellington Sandoval, afirmou que as forças militares do Equador estão "em estado de alerta" na fronteira com a Colômbia e "repelirão qualquer agressão externa".

Álvaro Uribe, saudou as forças militares colombianas pela operação. "Felicito os soldados e policiais da Colômbia por esta operação", disse lamentando a morte de um soldado colombiano. Uribe agradeceu ao "presidente (do Equador) Rafael Correa e ao povo do país irmão pela compreensão do momento que vive a Colômbia na determinação por derrotar o terrorismo".

O governo do Equador, no entanto, divulgou nota por meio da chancelaria ontem, informando que exigirá "desculpa formal" do Governo colombiano e indenização por eventuais danos causados pelo ataque em território equatoriano.

"Se considerar apropriado, o Equador recorrerá a instâncias internacionais para exigir a segurança de seus habitantes, a integridade territorial do país e o respeito a seus direitos soberanos", diz o texto.

O comunicado destaca ainda que "as autoridades do Equador não tiveram conhecimento prévio da operação colombiana nem deram sua autorização para que se realizasse ou para que forças desse país ingressassem no território nacional".

Imprimir Indique para um amigo Morte de Reyes é duro golpe para as Farc

domingo, 2 de março de 2008

Chávez movimenta efetivos militares na fronteira com a Colômbia

02/03/2008 - 15h36

CARACAS, 2 Mar 2008 (AFP) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a mobilização de 10 batalhões do exército na fronteira com a Colômbia, assim como aviões da Força Aérea.

Além disso, Chávez exigiu a retirada de todos os funcionários da embaixada do país em Bogotá, depois do ataque militar do Exército colombiano em território equatoriano contra o número dois das Farc, Raúl Reyes.

"Ordeno de imediato a retirada de todo nosso pessoal da embaixada de Bogotá. Que se feche a embaixada de Bogotá. Chanceler (Nicolás) Maduro, por favor, feche nossa embaixada e mande que voltem todos nossos funcionários", disse Chávez.

O presidente venezuelano disse que falou na manhã desse domingo com o mandatário equatoriano, Rafael Correa.

O Equador está "mobilizando tropas para o norte. Correa conta com a Venezuela para o que quer que seja, em qualquer circunstância", assinalou Chávez.

"Não queremos guerra, mas não vamos permitir que o império nem o seu cachorro nos venham debilitar", acrescentou.

A decisão do presidente venezuelano de fechar a embaixada acontece após a morte do número dois das Farc, Raúl Reyes, na madrugada de sábado em uma operação do Exército colombiano em território equatoriano.

Chávez, que mantém uma relação tensa com o presidente colombiano Alvaro Uribe, ordenou em novembro a retirada do seu embaixador em Bogotá, Pavel Rondón, depois da decisão de Uribe de encerrar a mediação do presidente da Venezuela com as Farc.

O mandatário advertiu Uribe nesse sábado, afirmando que, na Venezuela, um ato similar ao ocorrido no Equador seria considerado um ato de guerra.