quinta-feira, 14 de março de 2013

Morreu o melhor amigo do povo cubano", diz Fidel sobre Chávez
O líder e ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou nessa segunda-feira (11/03) que, com a morte de Hugo Chávez, “faleceu o melhor amigo que o povo cubano teve ao longo de sua história”. Em artigo publicado pela agência cubana Prensa Latina, Castro afirma ter sido comunicado do falecimento através de uma ligação via satélite.
“Apesar de sabermos do estado crítico de sua saúde, a notícia nos atingiu com força”, escreveu Fidel, complementando que coube ao seu governo ”a honra de ter compartilhado com o líder bolivariano os mesmos ideais de justiça social e de apoio aos explorados. Os pobres são os pobres em qualquer lugar do mundo.”
Fidel conta ainda, que no dia 23 de janeiro de 1959, 22 dias depois da vitória da Revolução Cubana, visitou a Venezuela “para agradecer seu povo e o governo que assumiu o poder depois da ditadura de Pérez Jiménez", responsável pelo "envio de 150 fuzis no final de 1958". O ex-presidente cubano diz ter afirmado na ocasião que, por ser a terra natal de Simón Bolívar, “a Venezuela deve ser o país líder na união dos povos da América”.

Leia a carta na íntegra, em espanhol

“Se queremos salvar a América, se queremos salvar a liberdade de cada uma de nossas sociedades, que, no fim das contas, são parte de uma grande sociedade, que é a sociedade da América Latina; se é que queremos salvar a revolução de Cuba, a revolução da Venezuela e a revolução de todos os países de nosso continente, temos que nos aproximar e nos respaldar solidamente, porque sozinhos e divididos, fracassamos”, conta ter dito.

Fidel conclui o texto afirmando que ratifica tudo o que disse durante sua visita ao país de Chávez, há 54 anos, mas que deve “incluir naquela lista os demais povos do mundo, que durante mais de meio século foram vítimas da exploração e de saque. Essa foi a luta de Hugo Chávez”, disse o ex-presidente cubano, concluindo sobre o venezuelano: “Nem mesmo ele próprio suspeitada de quão grande era”.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Mauro Santayana: Chávez e os novos militares

Fonte: OM - Mauro Santayana
9 de março de 2013



A morte, prematura, de Hugo Chávez, deixa uma certeza: a Venezuela não voltará a ser o país que foi antes de sua presença no Palácio de Miraflores. Como anotou o New York Times, o presidente não construiu autoestradas nem grandes edifícios, mas legou a seu povo uma nova forma de ver e sentir o país. E esse povo não voltará a aceitar as regras antigas de submissão social.



Chávez não era predestinado ao poder, como tantos outros líderes militares latino-americanos, que viam as Forças Armadas como “a última aristocracia”. A definição é do poeta argentino Leopoldo Lugones, ao discursar no centenário da Batalha de Ayacucho, travada em 1826 no Alto Peru, que expulsou os espanhóis de nosso continente.



Os militares, principalmente os argentinos e chilenos, sempre se sentiram herdeiros daqueles nascidos na América do Sul, que participavam dos exércitos espanhóis e se uniram a Bolívar e a San Martin para fazer a independência. Mas isso não impediu que se submetessem aos interesses externos, quando isso interessava às oligarquias internas de que, por origem familiar, procediam.



O homem que morreu terça-feira foi um soldado comum, jogador de beisebol, que se insurgiu contra a desigualdade social em seu país e, depois de frustrado golpe de Estado, elegeu-se seu presidente. Sua ascensão ao poder e seu prestígio popular podem surpreender os que não conhecem a história nestes últimos 20 anos na América Latina. Mas nada houve de insólito em sua vida e destino. Ele se insurgiu contra a desigualdade social na Venezuela e, depois de frustrado golpe de Estado, elegeu-se seu presidente.



Os exércitos da América Latina não são os mesmos. A origem de classe dos oficiais — embora haja ainda alguns com sobrenomes históricos — mudou bastante, depois dos regimes ditatoriais que, patrocinados pelos Estados Unidos, infelicitaram os nossos povos. Não é difícil hoje encontrar oficiais superiores filhos de famílias bem modestas e mesmo pobres.



A memória das dificuldades na infância os faz diferentes, dispostos a apoiar governantes que almejam vencer as desigualdades históricas.



Chávez nasceu no mesmo ano, duro para os brasileiros, em que morreu Vargas. A Venezuela, em 1954, estava sob o mando de Marcos Perez Jimenez, o mais corrupto de todos os seus governantes, e que chegara ao poder em um dos tradicionais golpes de Estado. Jimenez usou o dinheiro dos royalties do petróleo — como certos comentaristas brasileiros preferiam que Chávez tivesse feito — para financiar o “desenvolvimento” dos empresários associados ao capitalismo internacional e participar, pessoalmente, de todos os negócios, mediante as propinas conhecidas.



Derrubado em 1958, Perez Jimenez fugiu para os Estados Unidos, com 200 milhões de dólares, que seriam hoje mais de 2 bilhões. A pedido de Caracas, foi extraditado, julgado e condenado, e passou cinco anos preso. Em liberdade, asilou-se em Madri, sob a proteção direta de Franco, e ali morreu em 2001.



Ao contrário do que dizem seus inimigos, Chávez manteve as instituições democráticas. Ao voltar ao poder, depois do frustrado golpe contra seu mandato, ele poderia ter usado de repressão violenta contra os responsáveis, mas não o fez. Manteve as instituições e governou de acordo com os marcos democráticos da Constituição de 1999, aprovada por uma assembleia nacional e referendada pelo voto direto dos cidadãos.



“Yo no soy um hombre, soy un pueblo”, dissera o colombiano Jorge Eliécer Gaytán, cujo assassinato, provavelmente com a participação da CIA, levantou o povo de Bogotá em 9 de abril de 1948, e serviu de inspiração a Fidel Castro, que se encontrava na cidade. Naqueles dias, a OEA, mais do que hoje submissa a Washington, realizava ali sua assembleia anual.



Chávez, como personalidade invulgar, não terá substitutos. Coube-lhe ensinar o povo a ver com clareza o seu país e os seus direitos, e assim, cumprir o próprio destino. Ele repetiu a retórica de Jorge Eliécer Gaytán, ao dizer — já resignado com a ideia da morte — que ele já não era ele mesmo, mas, sim, o seu povo. E que, em seu povo, ele continuaria a dirigir a “revolução bolivariana”.



Talvez a mais expressiva homenagem a Chávez tenha partido de Sean Penn, o grande astro do cinema norte-americano. “O povo norte-americano perdeu um grande amigo, que nunca soube que tinha”, disse o excepcional ator de All the King’s Men. Os cineastas Oliver Stone e Michael Moore também manifestaram o mesmo pesar.



O grande dirigente político não foi exceção na América, mas a expressão, que se renova em cada geração, em homens da mesma estatura, na luta permanente pela igualdade, liberdade e soberania nacional de nossos povos. E não adianta matá-los, como fizeram a Allende, nem levá-los ao suicídio, como ocorreu a Vargas. O povo, que há neles, é a forja dos novos combatentes.



Em tempo: o Brasil está presente nos funerais com uma numerosa delegação, chefiada pela presidente Dilma Rousseff. E não poderia ter sido de outra forma. Em seu tempo, Chávez, mais do que um aliado político e parceiro econômico do Brasil, foi um grande e bom amigo de nossa gente.

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sexta-feira, 8 de março de 2013

Nicolás Maduro presta juramento como presidente interino nesta sexta

Nicolás Maduro presta juramento como presidente interino nesta sexta

Vice-presidente será o responsável por convocar as eleições

France Presse


Caracas - Nicolás Maduro será empossado presidente interino da Venezuela às 19H00 local (20H30 Brasília) desta sexta-feira, informou nesta quinta o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.



"Convocamos para o dia de amanhã, às sete da noite, no Salão de Honra da Academia Militar da Guarda Nacional, uma sessão especial para que preste juramento o companheiro Nicolás Maduro como presidente interino da República", disse Cabello.



Cabello destacou que o até então vice-presidente "fará a convocação de eleições, de acordo com a Constituição, no prazo de 30 dias".


Hugo Chávez, falecido na terça-feira, indicou Maduro como seu sucessor e presidente interino até a realização de eleições, as quais concorrerá como candidato governista.



Cabello afirmou que o governo está agindo de acordo com o desejo de Chávez e como determina a Constituição.



"Estamos fazendo o que pediu o presidente" Chávez. "O povo chavista não tem dúvidas, sabe bem o que presidente disse".



"Alguns setores da oposição afirmam por aí que deve assumir a presidência da República Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, mas isto não é verdade, a Constituição é muito clara", afirmou o próprio Cabello ao defender a posse de Maduro.



Antes de ser operado pela quarta vez do câncer, em dezembro passado, em sua última aparição pública Chávez nomeou Maduro como seu herdeiro político e pediu aos venezuelanos que o levassem à presidência caso não pudesse seguir governando.



A presidência interina de Maduro foi anunciada pela primeira vez na terça-feira, horas após a morte de Chávez, pelo chanceler Elías Jaua.



"Agora que se produziu a vacância absoluta, assume o vice-presidente da República como presidente e se convoca eleições nos próximos 30 dias. Estas foram as ordens do comandante presidente Hugo Chávez", disse Jaua à TV estatal Telesur.



A Constituição venezuelana estabelece que diante da "falta absoluta" de um presidente eleito antes da posse, se "procederão" eleições no prazo de 30 dias, com o presidente do Parlamento - no caso Cabello - liderando o governo neste período.



Caso a vacância ocorra durante os primeiros quatro anos de mandato, se procede igualmente com eleições, mas a presidência interina é entregue ao vice-presidente.



Chávez, no poder desde 1999, obteve a reeleição em outubro passado para um novo mandato de seis anos, mas sua posse em janeiro foi adiada pelo Supremo Tribunal até a recuperação do presidente, o que não ocorreu.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Corpo de Hugo Chávez será velado por mais sete dias


Do Diário OnLine


Com AE


A despedida de Hugo Chávez foi estendida e o presidente venezuelano será velado por mais sete dias, afirmou o presidente em exercício Nicolás Maduro. Logo depois, o corpo será embalsamado para ser exposto em uma urna de vidro, no Museu da Revolução, que ainda será construído.




O caixão percorreu Caracas por sete horas, num trajeto de oito quilômetros. A procissão passou por diversos bairros pobres da capital, regiões onde Chávez ganhou visibilidade política. Acompanharam o cortejo todo o governo chavista, incluindo o sucessor ungido por ele, seu vice. Várias gerações de venezuelanos - muitos deles vestindo roupas vermelhas, a cor do partido socialista de Chávez - preencheram as ruas de Caracas para lembrar o homem que presidiu o país por 14 anos até sucumbir a um câncer na tarde de terça-feira.



Depois do cortejo, o corpo de Chávez chegou à academia militar para o velório. Estiveram presentes a família do presidente, seus conselheiros próximos e líderes de países como Argentina, Bolívia e Uruguai. O público chegava, se aproximava do caixão e muitos faziam homenagens colocando as mãos no coração, outros estendiam o pulso em um gesto de solidariedade.


Na sexta-feira, 11h locais (12h30 de Brasília) será celebrado o funeral de Estado, com presença de líderes mundiais. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula já desembarcaram na capital do país e acompanharão a cerimônia.












quarta-feira, 6 de março de 2013

Aos 58 anos, Chávez morre após semanas de complicações decorrentes de cirurgia


Anúncio foi feito em cadeia nacional de TV e rádio no hospital militar em Caracas onde o presidente venezuelano estava internado

Emocionado, vice-presidente Nicolás Maduro chorou durante o pronunciamento


O GLOBO (


Com agências internacionais



Publicado:



5/03/13 - 18h53



Atualizado:



5/03/13 - 21h55


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http://oglobo.globo.com/mundo/aos-58-anos-chavez-morre-apos-semanas-de-complicacoes-decorrentes-de-cirurgia-7750244#ixzz2MkvvmEk1


CARACAS e HAVANA — Pouco mais de dois meses depois de se submeter à quarta cirurgia em 20 meses para combater um câncer na região pélvica, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira, em Caracas, aos 58 anos, às 16h25m (horário local). Ele havia regressado há pouco mais de duas semanas de Havana, onde permanecia internado desde a operação, mas não foi visto em público. As únicas imagens do presidente foram divulgadas há duas semanas, em fotos ao lado das filhas. O anúncio foi feito pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, em cadeia nacional de TV e rádio no hospital militar em Caracas onde o presidente venezuelano estava internado. O corpo de Chávez será levado nesta quarta-feira para a Academia Militar, para ser velado.


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