quarta-feira, 4 de maio de 2016

Venezuela faz revisão de assinaturas para referendo contra Maduro

Cerca de 1,85 milhão de assinaturas foram apresentadas pela oposição.
Presidente disse que aceita referendo caso conselho aceite realizá-lo.



O presidente da Venezuela Nicolas Maduro no 1º de maio em Caracas  (Foto: Ariana Cubillos/AP)
O presidente da Venezuela Nicolas Maduro no 1º de maio em Caracas (Foto: Ariana Cubillos/AP)
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela começará nesta quarta-feira (4) a revisão das 1,85 milhão de assinaturas apresentadas pela oposição para pedir que se ative o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, confirmou o governo.
"O processo começa amanhã e aqui lançamos um desafio: em poucos dias vamos saber que inflaram em um milhão todas estas assinaturas que eles dizem que entregaram", declarou Jorge Rodríguez, coordenador da comissão nomeada por Maduro para acompanhar a verificação das firmas.

"O que disser o CNE é palavra sagrada (...). Se no segundo passo (...) confirmarem que recolheram as firmas, vamos ao referendo e ponto", declarou Maduro em seu programa semanal de TV.
Na noite desta terça-feira, Maduro garantiu que se submeterá ao referendo caso o CNE valide o processo para convocar a consulta.
Segundo a lei, o CNE deverá revisar as planilhas em cinco dias e depois convocar os signatários a ratificar seu apoio com a impressão digital, em outros cinco dias. Apenas depois de validá-las é que se autorizará a coleta de quatro milhões de assinaturas exigidas para convocar o referendo.
Se validarem as quatro milhões de firmas, "vamos sair às ruas e confio em que o povo venezuelano não vai me faltar ou faltar à história", afirmou Maduro, acompanhado de Jorge Rodríguez.
O presidente advertiu que se o CNE considerar que as firmas não correspondem ao que determina a lei, isto também será "palavra sagrada" para o governo, e como tal "quem apelar à violência será contido com a lei, com a Constituição, pela força da ordem e por nosso povo".
Maduro afirmou que ninguém pode pretender "extrapolar ou impor ao país qualquer tipo de cenário, nacional ou internacional", e garantiu que está "pronto para o que vier".
"Mesmo sem ser pitoniso, sem ser bruxo (...) já estou vendo o desastre que vai acontecer se emergir esta tentativa da direita venezuelana de ativar este referendo".
Na segunda-feira, a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que controla o Parlamento, entregou ao CNE 80 caixas com planilhas contendo 1,85 milhão de assinaturas, quase dez vezes mais do que as 195.721 exigidas para solicitar o início do processo de consulta.
Depois de entregues as assinaturas, surgiu a dúvida sobre se o órgão eleitoral iria esperar os 30 dias dados à MUD, em 26 de abril, para reunir as assinaturas, como sugeriu a reitora do CNE, Tania D'Amelio.
Para revogar o mandato de Maduro no referendo, o "sim" deve obter mais dos 7,5 milhões de votos, com os quais foi eleito após a morte de seu mentor, Hugo Chávez, em 2013.
G1Globo
Postado por: Ygor Mendes Iavdosciac

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