quinta-feira, 19 de julho de 2012

Chávez pede a eleitores "trabalho de formiguinha" para alcançar 70% dos votos


ELEIÇÕES NA VENEZUELA
19/07/2012 - 11h56 | Jonatas Campos | Caracas

O candidato da oposição, Henrique Capriles, criticou em comício no Estado Táchira a violência na VenezuelaO presidente e candidato a reeleição, Hugo Chávez, demonstrou pela primeira vez cautela com com as eleições após a divulgação nesta quarta-feira (18/07) de pesquisa de intenção de votos do instituto Hinterlaces. Nela, Chávez aparece com 47% da preferência e seu adversário, Henrique Capriles, com 30%.
Efe (18/07/2012)

Apoiadores do presidente venezuelano em Guárico, zona central da Venezuela. Chávez disse estar curado do câncer

Ontem, em um comício no município de San Juan de Los Morros, no Estado Guárico, Chávez pediu aos eleitores um “trabalho de formiguinha” para chegar aos 10 milhões de votos, ou 70% do total. “Mas não é para cair no triunfalismo e pensarmos que já ganhamos, temos que trabalhar duro”, alertou.

Depois de entoar canções típicas da região por cerca de 15 minutos, acompanhado por um grupo de música local, o presidente discursou por quase uma hora e meia. No meio do discurso, afirmou está completamente curado e que suas políticas de governo representam o novo. “Uma doença que, graças a Cristo, meu Senhor, se foi para sempre desse corpo”, disse.

"Dentro de poucos dias completarei 58 anos, então o ‘majunche’ anda se apresentando como o novo, o progressista, mas ele é o candidato dos ‘adecos’ (Ação Democrática), é o candidato dos ‘copeianos’ (Copei)”, afirmou, referindo-se aos dois principais partidos políticos que se alternaram no poder na Venezuela entre as décadas de 1950 e 1990. Chávez se refere ao seu opositor sempre pela alcunha de “majunche”, que em uma tradução livre para o português seria “falsificado”.

Chávez mandou uma saudação para a presidente do Brasil, Dilma Rousseff que, segundo ele, havia lhe ligado poucas horas antes. “Ela me ligou, mas não havia sinal porque eu estava na estrada. Dilma, mais tarde retorno sua ligação”, disse. Já em relação ao ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, agradeceu pela parceria entre os outros países que possibilitou o ingresso de cerca de 30 mil médicos cubanos na Venezuela. “Os filhos e as filhas de Fidel Castro, o pai de todos os revolucionários desse continente”, afirmou.

O presidente venezuelano citou as inspeções que fez em diversos empreendimentos do governo em outros países como a fábrica de tratores em parceria com o governo da Bielorrússia e a fábrica de caminhões em parceria com o Irã. Também citou as parcerias na área agrícola com o Brasil e a compra dos caças Sukhoi da Rússia.

Oposição

Paralelamente, Capriles visitou o Estado Táchira, na localidade de Coloncito, no município San Juan de Colón. O opositor vem seguindo uma estratégia de fazer comícios em pequenas localidades do país em um esforço para mostrar-se conhecedor dos problemas dos venezuelanos mais pobres.
Divulgação

Capriles faz comício em San Juan de Colón, Estado Táchira. O candidato da oposição criticou a violência na Venezuela

Em um discurso curto, de menos de 20 minutos, Capriles afirmou que o povo quer alguém que “fale menos e trabalhe mais” e lamentou que houvesse “apagões elétricos” no estado. Voltou também a tocar no assunto da violência. Em todas as pesquisas, este é o problema ue mais preocupa o venezuelano.

“Depois do 7 de outubro, teremos um novo presidente, um novo governo e uma equipe comprometida com o futuro e o progresso do país. Teremos um capitão da equipe que convoque todos a trabalhar juntos, teremos uma melhor educação, vamos criar empregos nestas cidades, deixar para trás o esquecimento e resolver os problemas. Força jovem, quanto partimos, vamos buscar e conquistar corações que estejam a serviço da Venezuela”, discursou. 

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