quinta-feira, 31 de maio de 2012

Brasil goleia os EUA em amistoso






Foi contra os Estados Unidos que Mano Menezes estreou na seleção brasileira, em 2010, com uma bela vitória. E foi contra os Estados Unidos que o técnico teve a certeza de que a preparação para a Olimpíada de Londres vai bem, obrigado. O Brasil venceu nesta quarta-feira os norte-americanos por 4 a 1, em Washington, com um futebol envolvente da garotada comandada pelo técnico gaúcho.

Mano já colocou na cabeça que seu time tem de jogar sempre como no primeiro tempo da partida contra a Dinamarca, quando a Seleção dominou o adversário principalmente porque o marcou em seu campo de defesa. A receita do treinador foi repetida ontem e mais uma vez funcionou no primeiro tempo, embora de uma maneira um pouco menos exuberante.
No sábado, a Seleção se deu muito bem porque várias vezes roubou a bola perto do gol dinamarquês, pegando os europeus de calças curtas. E foi assim que o Brasil abriu o placar no Fedex Field. Oscar roubou a bola de um norte-americano e deu o passe para Leandro Damião, que mandou o chute para o gol. No caminho, a bola encontrou o braço de Onyewu e o árbitro Jeffrey Calderón marcou pênalti, muito bem cobrado por Neymar.
O craque santista, como de hábito, era o centro das atenções, aquele que arrancava mais suspiros de admiração do público norte-americano. Mas o dono do jogo era Oscar. Certamente aliviado por finalmente ter sido comprado pelo Internacional, o meia ditava o ritmo da partida. E fazia seus companheiros jogar. Como no lance em que deu um passe precioso que deixou Damião em condições ideais para marcar o segundo gol, o que só não aconteceu porque o centroavante não foi capaz de superar o bom goleiro Tim Howard.
Sem ser incomodado na defesa, o Brasil continuava pressionando os rivais e obtendo escanteios. Em um deles, a cobrança de Neymar encontrou Thiago Silva livre na área e o zagueiro do Milan marcou de cabeça.

O primeiro tempo só não foi o ideal para a Seleção porque um cochilo da defesa no finzinho terminou em gol de Gomez. Mas não foi nada que ameaçasse a superioridade do Brasil, que marcou o terceiro gol pouco depois de começada a segunda etapa. Marcelo iniciou e terminou uma jogada que teve como ótimos coadjuvantes Hulk e Neymar.
Com o passar dos minutos, o time brasileiro foi relaxando na defesa e o jogo virou um toma-lá-dá-cá danado. Primeiro Dempsey só não marcou para os Estados Unidos porque Rômulo tirou-lhe o doce da boca e depois Alexandre Pato, que havia acabado de entrar no jogo, finalizou na trave uma jogada muito bem tramada entre Oscar e Neymar.
Essa correria toda permitiu ao estreante Rafael mostrar suas credenciais. Na mesma jogada ele fez duas defesas dificílimas em chutes de Gomez e Boyd e mostrou para Mano que tem bola para ser titular em Londres. A poucos minutos do fim, após suportar uma enorme pressão norte-americana, Alexandre Pato deixou seu gol. Uma ótima maneira de encerrar uma noite muito feliz para Mano Menezes e sua turma.
ESTADOS UNIDOS 1 X 4 BRASIL
ESTADOS UNIDOS – Howard; Cherundolo (Parkhurst), Bocanegra, Onyewu, Fabian Johnson (Castillo); Bradley, Jermaine Jones (Beckerman) e Mo Edu (Terrence Boyd); José Torres (Dempsey), Donovan e Herculez Gomez. Técnico: Jurgen Klinsmann.
BRASIL – Rafael; Danilo, Thiago Silva, Juan e Marcelo (Alex Sandro); Sandro, Rômulo e Oscar (Giuliano); Neymar (Lucas), Hulk (Casemiro) e Leandro Damião (Alexandre Pato). Técnico: Mano Menezes.
GOLS – Neymar, aos 11, Thiago Silva, aos 25, e Gomez, aos 44 minutos do primeiro tempo. Marcelo, aos 6, e Alexandre Pato, aos 42 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – José Torres, Oscar, Jermaine Jones, Marcelo.
ÁRBITRO – Jeffrey Calderón (Costa Rica-Fifa).
PÚBLICO – 67.619 pagantes.
LOCAL – FedEx Field, em Washington (Estados Unidos).
Atualizado às 00:21
BREVE RESUMO DO JOGO
Depois de passar pela Dinamarca (3 a 1), a seleção brasileira festeja sua segunda vitória na série de quatro amistosos seguidos do time de Mano Menezes. Em Washington, nos EUA, Oscar e Neymar comandaram a equipe nos 4 a 1 diante dos Estados Unidos, um rival desarrumado e sem poder de fogo. Os gols brasileiros foram de Neymar, de pênalti, Thiago Silva, Marcelo e Alexandre Pato, que voltou a jogar depois de contusão que quase o tirou da Olimpíada. Pato jogou pouco, mas foi tempo suficiente para marcar gol e praticamente carimbar seu passaporte para Londres Domingo, o Brasil encara o México.
FRASES APÓS O JOGO
Oscar: ‘Todo mundo na seleção está confiando em mim. Desde que cheguei o Mano me deu a 10. E não é somente por usar a 10, mas este é o meu estilo de jogar mesmo. Minha característica é de muita movimentação. Uma de minhas qualidades é errar pouco passes também.’
Thiago Silva: ‘Estou feliz pela vitória e pela entrega de todos no Brasil. Sem o comprometimento de todos não conseguimos nada. Futebol é coletivo. O time está de parabéns. Não tivemos tempo para treinar as bolas aéreas, mas o Mano nos orientou sobre isso. Temos de trabalhar mais. O bom é que não sofremos gol desta jogada.’
Rafael: ‘O jogador bateu rasteiro e acabou me matando. O Brasil jogou bem. A equipe, apesar de jovem, está muito madura. Nas defesas, tenho de evitar o gol de qualquer forma. Prefiro ressaltar o time todo e não somente a minha atuação. Eu estava bem tranquilo. Foi um jogo bom e bem difícil também. No fim, eles se arriscaram e nós tomamos alguma pressão. Mas estou feliz com a minha estreia. É uma honra grande vestir essa camisa. Trabalhei muito para chegar até aqui e vou dar a vida para não sair mais.’
MINUTO A MINUTO SEGUNDO TEMPO
47 min – Acabou.
41 min – GOLLLLL do Brasil, de Alexandre Pato: 4 a 1. O atacante mata no peito lançamento da esquerda de Marcelo e enche o pé. A defesa dos EUA pediu impedimento. Após o gol, Mano põe Alex Sandro no lugar de Marcelo, e Giuliano no lugar do Oscar.
40 min – Os EUA acertam o travessão em jogada de encanteio. O Brasil anda espanando também na defesa.
38 min – Neymar deixa o campo para a entrada de Lucas.
37 – Os EUA fazem mais duas alterações. Casemiro entra no lugar de Hulk. O jogo é feio porque o Brasil parece meio amarrado na marcação. Falta drible no time brasileiro.
31 min – Rafael faz duas defesas seguidas em chutes à queima roupa dentro da área. O jogo não é bom nesse momento. Os EUA saem um pouco mais e o Brasil tenta se valer dos contra-ataques. Neymar está apagado e Oscar, um pouco cansado.
30 min – Casemiro se prepara para entrar. O público do jogo é de 67.619 torcedores.
25 min – Chute de fora da área de Donovan que desvia na zaga. No escanteio, o Brasil afasta do perigo, sai em contra-ataque, mas erra o último passe. Os Estados Unidos coloca Boyd no lugar de Edu, e Parkhurst na vaga de Cherundolo.
21 min – Pato, em seu primeiro toque, acerta a trave. Triangulação entre Oscar, Neymar e Pato.
20 min – Mano coloca Pato no lugar de Leandro Damião. O atacante do Milan volta a jogar depois de sua contusão na partida contra o Barcelona.
19 min – Rômulo tira bola que seria gol dos EUA.
15 min – Marcelo chuta a bola em cima de Cherundolo, que estava no chão após falta de Neymar. Marcelo tomou amarelo e ironizou.
12 min – Jones pega Neymar feio. O jogador dos EUA dá um rapa no craque brasileiro. O amarelo ficou de bom tamanho. Dois minutos depois, Neymar reclamou para o árbitro que levou um soco do rival.
10 min – Os EUA, perdendo por três, são obrigados a sair mais para o jogo. Isso vai facilitar a vida dos atacantes do Brasil. O time de Mano precisa apenas caprichar um pouco mais no último passe. Saiu Torres para a entrada de Dempsey nos Estados Unidos.
6 min – GOLLLLL do Brasil, de Marcelo: 3 a 1. Neymar recebe pela esquerda e toca para dentro da área, onde estava Marcelo, que tocou de perna esquerda. Foi uma boa trama do ataque brasileiro.
3 min – Falta dura de Bradley em Oscar. Hulk chuta forte, mas a bola passa longe do gol.
1 min – Começou… Nenhum dos times fez alteração. Vale lembrar que domingo, às 16h, o Brasil encara o México.
FRASE DO INTERVALO
Hulk: ‘Fizemos o que o Mano pediu, jogando em cima dos EUA’
Neymar: ‘O time está se comportando muito bem, jogando em cima. Fizemos os gols e poderíamos ter ampliado. Tomamos o gol no finalzinho. A seleção dos EUA é muito boa e temos de tomar cuiado para que eles não encaixem outro passe desses (que gerou o gol)’
PRIMEIRO TEMPO
45 min – Acabou.
44 min – GOOLLLL dos EUA, de Gomez: 2 a 1. Boa jogada pela esquerda de Johnson, que leva até o fundo, dentro da área, e cruza curtinho para encontrar Gomez.
43 min – Os EUA se fecham com todos os jogadores. O Brasil tem dificuldade para encontrar espaço. A marcação é mais intensa do que foi contra a Dinamarca sábado.
40 min – Oscar é o mais habilidoso do Brasil, com bons passes. Deu de calcanhar para Marcelo cruzar. O Brasil ganhou escanteio e a defesa aliviou.
36 min – Klinsmann, o técnico alemão dos Estados Unidos, tem nas mãos um time fraco, de pouco poder de fogo até agora nesse amistoso. Seus marcadores também são atrapalhados e não acompanham as jogadas ofensivas do Brasil, sobretudo pelas laterais.
34 min – Neymar tem sempre dois marcadores em sua cola. O atacante está muito atrás, buscando bola na defesa do Brasil. Até agora não arrumou muita coisa entre os zagueiros.
30 min – Meio estabanado, Rafael faz boas defesas, principalmente nas bolas aéreas. Sandro sofreu falta e cortou o supercílio. Sangrou bastante e o volante teve de ser atendido fora do gramado.
25 min – GOOOLLLLL do Brasil, de Thiago Silva: 2 a 0. O zagueiro foi para a área em escanteio e até se abaixou para cabecear livre de marcação.
24 min – Em bola levantada na área dos Brasil, Bocanegra cabecea sozinho. No contragolpe, o Brasil chega com perigo com Damião e Hulk, que faz o arremate para uma espanada do zagueiro.
21 min – O Brasil recuou um pouco após o gol, deixando apenas Leandro Damião no ataque entre dois marcadores. Neymar anda sumido na esquerda. Os EUA pressionam.
19 min – Oscar faz falta no ataque, sem necessidade, e recebe amarelo.
17 min – Os EUA estão saindo um pouco mais, sempre pela esquerda. Damião perde gol em contra-ataque. A defesa dos EUA pararam. Damião invadiu e bateu em cima do goleiro Howard.
15 min – O Brasil pressiona os Estados Unidos. Sabe usar as lateriais do campo, ora com Neymar, ora com Hulk, que está um pouco apagado nesse começo. Mano escalou para esse jogo o goleiro do Santos, Rafael, de 22 anos.
12 min – GOLLLLL do Brasil, de Neymar: 1 a 0. O atacante cobra o pênalti e faz o primeiro da seleção, seu 9º com a camisa do Brasil. Ele é o artilheiro do time sob o comando de Mano Menezes.
9 min – Pênalti para o Brasil. Damião chuta para o gol e a bola é parada nas mãos do rival.
5 min – Até agora nenhum time deu um chute a gol. As duas equipes tocam a bola. O Brasil fica com a bola nos pés e joga pelas laterais.
3 min – Brasil toca a bola e tenta furar o bloqueio dos norte-americanos na defesa.
0 min – Começa a partida em Washington.
Msn

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Chile: ex agente secreto ofrece ayuda al gobierno desde la cárcel



Published: 20/4/12 a las 1:11PM


SANTIAGO DE CHILE .- El ex oficial del ejército chileno y ex agente de la policía secreta Alvaro Corbalán Castilla, condenado a prisión perpetua por violaciones a los derechos humanos, ofreció al gobierno su colaboración para evitar que la centroizquierda vuelva al poder. El ministro de Justicia Teodoro Ribera calificó la oferta de "una locura", al confirmar la existencia del documento con la oferta de Corbalán que le fue requisado en julio por funcionarios penitenciarios pero que recién tomó estado público esta semana.

Además de la condena a presidio perpetuo por el asesinato de un carpintero para encubrir el degollamiento en 1982 de un líder sindical, Corbalán tiene otras condenas aún no confirmadas por la Corte Suprema por más de una docena de homicidios cometidos por la temida policía secreta del fallecido ex dictador Augusto Pinochet.

Junto con otras decenas de ex uniformados el ex mayor del ejército está recluido en el penal especial de Punta Peuco, a unos 40 kilómetros al norte de esta capital, donde goza de algunos privilegios.

En declaraciones a radio Cooperativa, el ministro de Justicia confirmó el memorándum de 10 páginas elaborado por Corbalán, jefe operativo de la desaparecida Central Nacional de Informaciones, y enviado al presidente Sebastián Piñera en el que ofrece su colaboración. Pero descalificó tajantemente la operación diseñada por Corbalán.

"Es una locura de pe a pa carente de toda estructura racional, lógica y de todo fundamento", afirmó Ribera en declaraciones a radio Cooperativa.

Agregó que "tiene cosas inconexas y demuestra la absoluta desvinculación de la realidad que hoy día se vive en el país".

Ribera dijo que en su propuesta Corbalán también ofrece desacreditar a la ex presidenta Michelle Bachelet, favorita según las encuestas para volver al poder, y a obispos católicos.

Señaló que le quita todo fundamento a la operación diseñada por Corbalán, quien envió el documento a través de una persona desde la cárcel, donde cumplen condenas 49 represores, de los cuales sólo tres son civiles.

"Si esto significa inteligencia, Dios nos apiade de lo que se entiende por tal", apuntó el ministro de Justicia.

Corbalán, de 61 años, es uno de los 249 ex agentes de la policía secreta condenados por violaciones a los derechos humanos durante la dictadura de Pinochet (1973-1990), aunque sólo 69 de ellos están encarcelados. Los de menor rango se encuentran en Punta Peuco, mientras que otros, entre ellos el ex director de la policía secreta, el general retirado Manuel Contreras, se encuentran confinados en condiciones muy superiores a las de los presos comunes en otra cárcel especial dentro de un recinto militar en esta capital.
Categorías: Chile
2010 AOL Inc. All Rights Reserved



sábado, 12 de maio de 2012

Chávez chega à Venezuela e anuncia sucesso da radioterapia em Cuba (Postado por Lucas Pinheiro)

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou na noite desta sexta-feira (11) a Caracas, onde anunciou "a conclusão com sucesso" do ciclo de radioterapia ao qual se submeteu em Cuba para combater um câncer.

"Devo informar que nestes últimos dias concluímos com sucesso todo o ciclo de radioterapia", disse Chávez ao chegar ao Aeroporto de Maiquetía, na região de Caracas.

"Além de alguns problemas muito comuns a este tipo de tratamento, não ocorreu absolutamente nada que me obrigasse a deter, suspender ou alterar o plano inicial (da radioterapia), que completei plenamente", destacou o presidente, que passou onze dias em Cuba para a "reta final" da terapia contra o câncer.

Chávez disse à TV estatal que regressa ao país com "grande otimismo" e confiante no resultado positivo do tratamento realizado em Havana.

"Pedimos ao altíssimo, a Deus Nosso Senhor que nos ajude e nos siga dando o milagre da vida para seguir servindo ao mandado de Deus".

Mais cedo, ao decolar do aeroporto de Havana, Chávez escreveu no Twitter: "Já no avião, sobre a pista do José Martí rumo à Pátria Venezuelana! Com mais otimismo que nunca! Viveremos e Venceremos!"

O presidente, de 57 anos, foi submetido a ciclos de radioterapia em Havana após ter sido operado para retirar um tumor maligno, em fevereiro passado, no mesmo local onde teve um câncer diagnosticado em junho de 2011.

Chávez não permite que se revele o local e o tipo de câncer que o afeta.

Produção científica na ciência da informação

Antonio Miranda

No início da década de 70, quando os Toffler já haviam propalado o conceito de" terceira onda" e anunciavam a "era da informação", e MacLuhan há tempos entendia que vivíamos em uma "aldeia global" em virtude dos avanços nas telecomunicações e da mídia televisiva, ou seja, quando a idéia de" globalização" não estava em voga, mas estava sendo anunciada, o escandinavo Bjorne Tell andou pela Venezuela a convite das autoridades daquele país vizinho. A Venezuela orgulhava-se de contar com uma elite de pesquisadores no seu Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC) e de contar com a melhor biblioteca de ciência e tecnologia da América Latina, ambiente propício para uma produção científica relevante. As recomendações do ilustre visitante para o desenvolvimento científico fazem parte de um relatório da Unesco, e, dentre elas, uma causou escândalo nos meios políticos e jornalísticos: a de que os cientistas venezuelanos deveriam esforçar-se por publicar trabalhos em língua inglesa e, mais do que isso, editar uma revista internacional, em inglês, para veicular sua produção. A Venezuela, como aliás toda a região, vivia a exacerbação do nacionalismo e, mesmo sendo o espanhol a língua dos colonizadores, era vista como símbolo pátrio e, ao contrário, o inglês era fatalmente relacionado com o imperialismo ianque. Sinais dos tempos.
De novo na Venezuela, o problema é colocado pelo espanhol Felix Moya. Em reunião recente em Maracaibo, o ilustre pesquisador de Granada apresentou o estado da visibilidade da literatura ibero-americana no contexto da produção científica mundial. O resultado a gente sabe: temos uma participação minoritária. Mas ele foi mais longe e, pela primeira vez, revelou a situação da ciência da informação no contexto. Os dados concretos vamos deixar para um comunicado futuro no Informativo IBICT, mas cabe adiantar que a nossa área responde por uma parcela residual da produção mundial e que a participação da América Latina, Caribe e Península Ibérica é ainda simbólica.
Todos nós sabemos como é feito o "controle bibliográfico" da produção mundial: de forma extremamente seletiva, e os textos em línguas menos" acessíveis" costumam ser marginalizados, mesmo o espanhol, que é considerado língua oficial das Nações Unidas, para não detalhar a situação marginal da língua portuguesa. A lista básica que consubstancia o levantamento tanto da produção quanto das citações prima pela qualidade das publicações científicas, mas centra-se nas que privilegiam a língua inglesa. A surpresa correu por conta do fato de países como a Espanha, Portugal e mesmo o pequeno Panamá estarem em condições proporcionais superiores ou próximas do Brasil. Em outras palavras, da mesma maneira que cientistas venezuelanos e brasileiros têm dificuldades para serem reconhecidos pela comunidade internacional, os cientistas da informação não constituem exceção. A nossa situação é ainda pior. Como reverter tal situação?
Houve um tempo em que a revista Ciência da Informação publicava alguns artigos em inglês, inclusive de autores brasileiros. Causou estranheza e até protestos. Muitos entendiam que a principal razão da publicação seria a de propiciar textos em língua nacional para servir aos profissionais. Hoje, nós publicamos originais em língua castelhana sem constrangimentos, legitimados pelos objetivos integracionistas do Mercosul. Como ficam a língua inglesa e outras línguas? Reconhecemos ser este um tema para uma reflexão mais ampla em virtude de suas implicações logísticas e econômicas.
O que desejamos levantar é a questão estratégica de encontrar caminhos para alcançarmos uma visibilidade mais justa de nossa produção científica na área de ciência da informação, reconhecidamente emergente após o tremendo esforço gerado a partir da década de 50 com a criação do Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (IBBD), dos cursos de documentação científica, com o advento dos cursos de pós-graduação, com o surgimento de revistas científicas e técnicas especializadas e com a consolidação de uma elite diversificada de profissionais de alto nível, de educadores e de pesquisadores. A nossa "projeção" internacional não corresponderia ao porte e qualidade do trabalho que realizamos.
Se analisarmos cada caso em particular, poderemos descobrir as razões das vantagens relativas aludidas. Por exemplo, a Espanha hoje faz parte da Comunidade Européia e os investimentos em C&T vêm propiciando o desenvolvimento de suas publicações científicas. Não obstante, sabe-se que as autoridades espanholas fizeram um esforço significativo para promover revistas espanholas nas considerações do órgão norte-americano que faz a compilação de dados mundiais. Portugal tomou o atalho de realizar uma pós-graduação com a Universidade de Sheffield (Reino Unido), produzindo trabalhos em língua inglesa. O Panamá retomou a Zona do Canal, mas permanece lá um instituto de pesquisa norte-americano ligado à Smithsonian Institution, cujos pesquisadores são estrangeiros em sua maioria. O México, além da proximidade com os Estados Unidos e de praticar com mais intensidade o envio de pesquisadores para formação no país vizinho, conta com um instituto de pesquisa biblioteconômico com uma política suficientemente agressiva para marcar presença internacional. Em outras palavras, não bastam os méritos. É crucial promover. Como dizia o folclórico Chacrinha, "quem não se comunica se trumbica". Há até quem pague para garantir a inserção de seus trabalhos em revistas estrangeiras, quando os trabalhos merecem um investimento de tal magnitude.
Em face do exposto, queremos convocar os responsáveis pela produção científica - notadamente os dirigentes das instituições-líderes (IBICT e sistemas especializados) e também da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (Ancib) - para um debate que nos leve à formulação de estratégias que propiciem mudar o atual quadro negativo.
Entre as idéias em pauta, estariam ampliar o financiamento da pesquisa especializada, criar prêmios para os melhores trabalhos de pesquisa, financiar as traduções, criar facilidades para que os nossos pesquisadores possam, com mais freqüência, participar de eventos internacionais, identificar revistas estrangeiras importáveis que sejam mais receptivas e, sistematicamente, promover o envio de originais e até mesmo o extremo artifício -  proposto por Bjorne Tell - de criarmos uma revista internacional. Quem sabe uma publicação da Ancib com uma seleção do que de melhor se publica em nossas revistas, além de textos inéditos ou mesmo uma edição extra anual da Ciência da Informação com o mesmo propósito? Uma revista estritamente brasileira ou mais abrangente, aberta ao Mercosul e à comunidade internacional?
Fica a provocação e esperamos as repercussões.


Antonio Miranda
Professor do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da UnB e membro da Comissão Editorial da revista Ciência da Informação.